Tuesday, March 07, 2006

O Futuro da Educação

“A nossa politica educacional baseia-se em duas enormes falácias. A primeira é a que considera o intelecto como uma caixa habitada por ideias autónomas, cujos números podem aumentar-se pelo simples processo de abrir a tampa da caixa e introduzir-lhe novas ideias. A segunda falácia, é que, todas as mentes são semelhantes e podem lucrar com o mesmo sistema de ensino”

“ Os grandes homens não podem fazer-se por encomenda por qualquer método de ensino por mais perfeito que seja. O que podemos esperar fazer é ensinar todo o indivíduo a atingir todas as suas potencialidades e tornar-se completamente ele próprio.”

In “Sobre a democracia e outros estudos” Aldous Huxley
Sugiro vivamente a leitura deste livro e a sua reflexão!

2 Comments:

At 2:16 PM, Blogger Páris said...

Neste mundo suposto de direitos e igualdades o sistema educativo foi uniformizado transformando-se num de caracter universal – todo o individuo tem direito à educação.
Contudo e como afirma Huxley, nem todos têm o mesmo espírito, a mesma motivação ou a mesma capacidade de aprendizagem devido a inumeraveis factores.
Na minha perspectiva utópica da educação seria óptimo cada criança/ jovem ter um mestre como a sociedade alta de séculos anteriores com quem fomentasse o seu melhor canal de aprendizagem e explorasse os seus limites.
Mas na sociedade actual a educação adapta-se à capacidade média da população em idade educativa e processa-se so a forma de bombardeamento cujos estudantes repelem. É como, e refere também Huxley, se bombardeassemos alimentos para o nosso estômago- rapidamente o rejeitaríamos por falta de apetite.
A despersonalização da educação neste mundo de igualdades torna paradoxalmente a mesma educação de certo modo desigual e injusto para os que não têm capacidades comparativas do sistema educativo.
Um ensino mais personalizado e adaptado às capacidades de cada um certamente parece ser utópico mas neste mesmo livro são referidos exemplos possiveis e de sucesso como o Plano Dalton. Julgo que com um caminho semelhante ou análogo poderemos ainda salvar os valores de cidadania, respeito, sensibilidade e consciência moral e humanitária que vêm falecendo gradualmente na nossa sociedade. Mas isto também será obra do tempo...

 
At 10:17 AM, Blogger Pedro Graça said...

João,

Para ajudar a discussão sugiro a leitura dos textos de Paulo Freire (http://www.paulofreire.org/) e alguns programas desenvolvidos por ele. Por exemplo:

"Escola cidadã: uma escola, muitas culturas

O programa discute o fato de as escolas possuírem suas próprias singularidades - resultado de suas contradições - e que todas elas podem ser cidadãs. Dentre os movimentos contemporâneos de educação, um dos mais ricos é o da interculturalidade. A escola não pode cristalizar-se numa só concepção de cultura. Ela precisa abrir-se para novas manifestações culturais no sentido do próprio respeito pelo outro que é, ao mesmo tempo, o professor, o aluno, os pais e a comunidade. Por isso, trabalha, entre outros, os conceitos de identidade, cultura popular, cultura elaborada, cultura da cidadania e mostra que o êxito ou o fracasso do aluno e da aluna - principalmente os que provêm das classes populares - depende do equacionamento da relação entre identidade cultural e itinerário educativo."

 

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